quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Poesia pela cidadania

Poemas aos Homens do nosso Tempo
de Hilda Hilst

Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Estúpido rapaz

Rebeca do Mato:Rapaz, rapaz, rapaz
Estúpido rapaz,
Da mulher, mulher, mulher,
Deixa de pegar no pé.
A saber, saber, saber
Em que planeta irá você,
Com tão pouco troco no bolso,
Açúcar sugar nesse doce-de-coco.
(Rebeca do Mato e Maneco Tatit
cantando juntos cada uma sua fala)
Rebeca do Mato: Se você vem numa boa
Pode vir,
Também não tô à-toa.
Eu te boto no colo,
Te dou pão e mingau.
Mas se você vem de cacete,
Pode vir
Que eu vou de pedra e pau.
Maneco Tatit: Eu sei que é
Perder meu tempo
Agir assim;
É prolongar
Inimizade velha que dói.
Se a mulher
Deixar de
Confiar em mim
Eu vou parar
Onde não dá pra parar.

Belíssima letra de uma belíssima canção de Tom Zé...